segunda-feira, março 19, 2007

Memórias de um passado que não existiu

Nesta noite eu lembrei dela. No meu sono o delírio trouxe a esperança, mas ao acordar aquilo que havia me deixado contente desesperou-me. Enlouqueceu-me porque nada era real, nem a cabeça nem a cauda do cometa tal como ela foi em minha vida, sempre veloz. Receio que corresse de mim sempre, sempre ausente. Fugia motivada pela indecisão de ser realmente aquele (eu) o seu primeiro amor de fábulas no qual projetara esperanças falsas de amor e temera por culminar no desencanto, OU mesmo talvez por não ansiar quebrar aquela escultura em vidro de um primeiro amor que olhara, iludira-se e tudo o mais.

Esta noite a companhia de sua mãe tive comigo, esta quem me foi sincera em demasia e me copulou novamente com a esperança. Só ela me fez ver, e sinceramente só enxerguei agora, que a culpa foi minha. Eu deveria ter lhe impedido, ido vê-la antes do sol se pôr. Agora não mais nada senão jazer sobre a grama e chorar sob as flores que desejei dar-lhe aqui, ao meu lado.

Mas esta noite vieram até mim as memórias de um passado que não existiu. Uma nova mãe que não tivera, uma mulher amada que não me amara e o triste fim de quem vive aquela essência do amor mas sem o tempo. Um amor atemporal.


A blandícia dos seus olhos já não me enlouquece mais, mas o carinho qu’eu tenho por você me adoece numa progressão que jamais teve intenção de me mal tratar. Amor, se é amor volte aqui, vem para junto de mim sentir, viver, amar. Volte e vamos fazer hoje um passado para o nosso futuro de muito amor.

Mas esta noite vieram até mim as memórias de um passado que não existiu. Ah! Que penúria é lhe amar. Ah! Que amargura é deixar de amar alguém. Ah! Ai, como é tão o amor cabal. Saberei algum dia?